A importância da qualidade de cuidado na saúde

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Hoje em dia, graças a estudos publicados, como o de hipócrites (460 a 370 a.c) o pai da medicina, conseguimos realizar rotinas que melhorem o cuidado aos pacientes e garantam maior segurança no processo, como garantir a limpeza das mãos e materiais utilizados, organização de processos e padrões que garantam a qualidade da saúde do paciente, profissionais e familiares.

Mas, sabemos que ainda com a existência de todas essas práticas, ainda há muito dano sendo causado aos pacientes por falhas nesses processos.
Um estudo da Institute of Medicine (IOM), de 2000, revela que cerca de 100 mil pessoas morreram em hospitais, nos EUA, em decorrência de problemas que ocorreram durante o cuidado com a saúde dele e que o prejudicaram, mas que não foram causados pela doença original. Esse número é alarmante pois resultou em uma taxa de mortalidade
maior do que as atribuídas aos pacientes com HIV positivo, câncer de mama ou atropelamentos.

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Além, disso, em um outro relatório publicado pela PubMed, em 2009 mostra que no Brasil, A incidência de pacientes com eventos adversos nos três hospitais foi semelhante à de estudos internacionais. Contudo, a proporção de eventos adversos evitáveis ​​foi muito maior nos hospitais brasileiros.

Sendo a incidência de pacientes com eventos adversos de 7,6% (84 de 1.103 pacientes). A proporção global de eventos adversos evitáveis ​​foi de 66,7% (56 de 84 pacientes). A densidade de incidência foi de 0,8 eventos adversos por 100 pacientes-dia (103 de 13.563 pacientes-dia). A enfermaria do paciente foi o local mais frequente de eventos adversos (48,5%). Quanto à classificação, os eventos adversos cirúrgicos foram os mais frequentes (35,2%).


A qualidade no cuidado em saúde: um desafio que atravessa décadas

A qualidade no cuidado à saúde é uma preocupação fundamental em qualquer sistema de saúde, seja ele público ou privado. A segurança do paciente não é apenas uma questão técnica; é uma questão ética que exige atenção, organização e, acima de tudo, comprometimento de todos os envolvidos no processo. Embora nos últimos anos tenhamos visto avanços no desenvolvimento de práticas que garantem maior segurança no atendimento médico, ainda estamos longe de resolver os problemas históricos que resultam em danos aos pacientes.

Em vez de um progresso contínuo, vemos que os desafios persistem, independentemente do tempo que passou desde que os primeiros estudos sobre segurança no cuidado à saúde começaram a ser discutidos. Este blog pretende refletir sobre essas questões, começando por alguns marcos históricos importantes e passando pelas realidades do presente, para finalmente propor ações concretas que podem transformar a maneira como cuidamos da saúde dos indivíduos.

Lições antigas, problemas persistentes

Desde o ano de 2000, o Institute of Medicine (IOM) nos alertou sobre um problema crítico: eventos adversos em hospitais, ou seja, complicações que ocorrem devido a falhas nos cuidados de saúde. O relatório, intitulado To Err Is Human: Building a Safer Health System, revelou um dado alarmante: cerca de 100.000 pessoas morriam anualmente nos hospitais dos Estados Unidos devido a falhas que poderiam ser evitadas. Essas mortes não estavam relacionadas à doença original dos pacientes, mas sim a erros médicos, falhas de comunicação, falhas no processo de cuidado e outros fatores preveníveis.

O impacto desse estudo foi imenso. Ele colocou a qualidade e a segurança no centro das discussões sobre sistemas de saúde e mudou a maneira como hospitais, médicos, enfermeiros e gestores de saúde abordam os cuidados com os pacientes. Entretanto, apesar desse alerta ter sido dado há mais de 20 anos, os números de eventos adversos evitáveis continuam a ser elevados, refletindo que, apesar de tudo, muitas dessas questões não foram adequadamente resolvidas até hoje.

Em 2009, no Brasil, a situação mostrava-se igualmente preocupante. Um estudo realizado em três hospitais e publicado na PubMed revelou que a taxa de eventos adversos nos hospitais brasileiros era alarmante, com 7,6% dos pacientes atendidos registrando complicações graves. O dado mais impactante foi que 66,7% desses eventos poderiam ter sido evitados, o que levantou sérias questões sobre a gestão hospitalar, a formação dos profissionais de saúde e a própria organização dos sistemas de saúde no país.

Esse estudo, como outros antes dele, revela que, embora o conhecimento sobre as falhas nos cuidados à saúde tenha sido amplamente documentado, o processo de mudança continua sendo um grande desafio. Mesmo com o tempo que passou, o número de eventos adversos continua a ser uma grande preocupação, principalmente em sistemas de saúde sobrecarregados como o brasileiro.

O que mudou — e o que ainda precisa mudar

Passaram-se mais de 20 anos desde os estudos de 2000, e quase 15 anos desde o estudo de 2009 sobre os hospitais brasileiros. O que mudou até aqui? Em termos de teoria, muito. Mas, em termos de resultados práticos, ainda estamos enfrentando os mesmos desafios. O relatório do IOM, por exemplo, foi um ponto de virada para a adoção de iniciativas de segurança do paciente em muitos hospitais ao redor do mundo, mas a implementação efetiva dessas práticas ainda está longe de ser uma realidade em grande parte do sistema de saúde global.

O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), lançado no Brasil em 2013, foi uma das iniciativas que visaram transformar a qualidade do cuidado nas unidades de saúde do país. O PNSP foi fundamentado na ideia de que a segurança do paciente deve ser uma prioridade, e diversas medidas foram estabelecidas, incluindo a criação de Núcleos de Segurança do Paciente (NSPs) e a implementação de protocolos que deveriam ser seguidos por todos os profissionais de saúde.

No entanto, a realidade é que, embora esses esforços tenham sido importantes, a mudança real no campo da segurança do paciente ainda é limitada. Em muitos hospitais, as práticas estabelecidas não são seguidas consistentemente, e os profissionais de saúde, apesar de bem treinados, continuam a enfrentar obstáculos significativos que dificultam a aplicação das melhores práticas em cuidados. A sobrecarga do sistema de saúde, tanto pública quanto privada, é um dos principais fatores que impedem a mudança eficaz.

Além disso, a falta de infraestrutura em hospitais e unidades de saúde, a escassez de recursos e o aumento da pressão sobre os profissionais são fatores que contribuem para os erros médicos. Para que haja uma transformação verdadeira, é necessário que o sistema de saúde seja repensado como um todo, e não apenas se concentre em melhorar a formação técnica ou aumentar o número de regulamentações.

O que nos resta agora, em 2024?

Em 2024, a questão da segurança do paciente continua sendo um desafio. Apesar dos avanços tecnológicos, das novas técnicas médicas e da conscientização sobre a importância da segurança, a realidade nas unidades de saúde, tanto públicas quanto privadas, ainda não reflete a melhoria desejada. Isso se reflete em uma combinação de fatores, como falhas de comunicação, procedimentos inadequados, falta de recursos materiais e humanos, e a negligência com práticas simples, como a higienização das mãos, que, apesar de ser uma medida amplamente reconhecida, ainda é frequentemente ignorada.

O futuro do cuidado em saúde exige, mais do que nunca, um esforço conjunto entre governo, instituições de saúde, profissionais de saúde e pacientes. Em 2024, temos a oportunidade de transformar os erros do passado em ações práticas que possam realmente salvar vidas. A questão não é apenas aplicar novas tecnologias, mas também criar um sistema de saúde mais eficiente, menos burocrático e mais focado no paciente. A segurança do paciente deve ser um compromisso contínuo de todos os envolvidos, e isso só será alcançado por meio de uma mudança cultural nas instituições de saúde.

O que podemos fazer? Propostas concretas para um sistema de saúde mais seguro

Para que possamos finalmente alcançar um sistema de saúde verdadeiramente seguro, é preciso repensar diversos aspectos do cuidado e gestão hospitalar. Aqui estão algumas propostas concretas para avançarmos nesse sentido:

  1. Capacitação contínua dos profissionais de saúde:

A capacitação não pode ser um evento isolado. Ela precisa ser contínua e focada na aplicação prática de boas práticas de segurança. Isso inclui desde a correta higienização das mãos até a educação sobre a gestão de erros médicos e como evitá-los. É essencial que os profissionais, desde os mais graduados até os mais juniores, estejam constantemente atualizados sobre as melhores práticas e protocolos de segurança.

  1. Melhorar a comunicação e coordenação entre as equipes de saúde:

Muitos erros médicos ocorrem devido à falha na comunicação entre as equipes. Hospitais devem investir em tecnologias e processos que melhorem a troca de informações entre os membros da equipe, minimizando o risco de erros e aumentando a eficácia do atendimento.

  1. Aprimoramento da infraestrutura hospitalar:

Uma infraestrutura adequada é fundamental para a aplicação das melhores práticas de cuidado. Isso inclui desde equipamentos adequados até um ambiente de trabalho que facilite a implementação dos protocolos de segurança. Hospitais e unidades de saúde precisam melhorar suas condições físicas, com foco em espaços adequados para a prestação de cuidados e para a segurança dos pacientes.

  1. Monitoramento e auditoria constantes:

É fundamental que os sistemas de saúde adotem metodologias rigorosas de monitoramento e auditoria de eventos adversos. Isso inclui a análise de incidentes e quase-incidentes para que sejam implementadas correções de forma rápida e eficaz. O monitoramento constante também ajuda a criar um banco de dados valioso que pode ser usado para prevenir futuros erros.

  1. Humanização do atendimento e redução da pressão sobre os profissionais:

A humanização no atendimento é uma parte fundamental da segurança do paciente. Profissionais de saúde que trabalham em ambientes menos estressantes e mais respeitosos são mais propensos a fornecer cuidados de qualidade. Reduzir a pressão sobre os profissionais e garantir que tenham tempo e recursos para cuidar de seus pacientes é essencial para melhorar a segurança e a qualidade do atendimento.

  1. Fortalecimento das políticas públicas de saúde:

Além das ações em nível hospitalar, é necessário um fortalecimento das políticas públicas de saúde. O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) deve ser melhor implementado, com acompanhamento e recursos adequados para garantir que as metas de segurança sejam atingidas em todos os hospitais do Brasil.

Ou seja…

A segurança do paciente é um tema que não pode ser tratado como algo pontual ou temporário. A necessidade de mudar a maneira como cuidamos da saúde e garantimos a segurança dos pacientes é urgente, especialmente após décadas de estudos que nos alertaram sobre o problema. Em 2024, estamos em uma posição crítica. Podemos continuar a negligenciar esses problemas ou tomar ações concretas para transformá-los. É hora de encarar o problema de frente e agir. O que o futuro nos reserva depende das escolhas que fizermos hoje.

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ALEXANDRE MARTINS

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O Que é Consultoria em Saúde?

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São esses métodos baseados em evidências que garantem decisões fundamentadas e eficazes. Assim é possível  não só coletar e avaliar dados relevantes sobre as operações atuais, mas identificar ineficiências e áreas que podem ser otimizadas.

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